Os bóias-frias quando tomam Umas biritas espantando a tristeza Sonham com bife a cavalo, batata frita E a sobremesa É goiabada-cascão, com muito queijo Depois café, cigarro e um beijo de uma mulata Chamada Leonor, ou Dagmar Amar, o rádio de pilha, o fogão jacaré A marmita, o domingo, o bar Onde tantos iguais se reúnem contando mentira Pra poder suportar, São pais-de-santos, paus-de-araras / São passistas São flagelados, são pingentes, balconistas Palhaços, marcianos, canibais, lírios, pirados Dançando dormindo de olhos abertos À sombra da alegoria / Dos faraós embalsamados