QUERÊNCIA E CIDADE

Introdução: Lá na querência quando amanhece a gente esquece todos os dissabores Cá na cidade quando amanhece é uma inferno o ronco dos motores A diferença de uma coisa e outra que me perdoem agora meus senhores Cidade é selva de cimento armado o homem é fera embora estudado Lá na querência é jardim de flores Lá na querência um fio de bigode fecha um negócio, vale um documento Cá na cidade um fio de bigode é coisa à toa que vive ao relento A diferença de uma coisa e outra perdoem-me senhores o momento Cá na cidade o advogado fala lá na querência se resolve a bala Finda pra sempre um aborrecimento Lá na querência a mulher é simples e tem o cheiro das flores da mata Cá na cidade a mulher é esnobe e a maioria delas é ingrata A diferença de uma e da outra perdoem-me senhores de gravata Lá na querência a mulher não se pinta cá na cidade é na base da tinta Come pão doce, lá come batata. Lá na querência cantam os passarinhos como é bonito quando o sol levanta Cá na cidade a buzina é música e no asfalto o pneu é que canta A diferença de uma coisa e outra peço senhores em nome da santa Vá na querência nos fazer visita pra ver que a vida lá é mais bonita Do homem grosso que lavra e que planta Musica Cifrada Por Carlos Alberto - www.tchenet.cjb.net