Outro domingo, feito tantos, que o maio entrega mais frio... 50 53 42 40 Estradeava rumo à vila num amanhecer sombrio... Ouvia os cascos nas pedras, beirando o passo de um rio, quando as tragadas de um fumo silenciavam os assobios. Depois do passo a imagem, de um mouro à sombra parado e um paisano - (descansando) - numa botella abraçado... - Destino que a vida entrega pra quem nunca teve norte, ) nem santo no seu costado... mas sabe o valor da sorte! Segui no tranco que vinha, até encontrar o povoado... ...E o silêncio denunciava as carreiras e sombreados... Foi quando a tarde estendeu-se - por copa, truco e uns pila... - Porque a ramada é 'carinho’ pra quem tem vida tranqüila!... ... O dia cambiava a tarde, por noite, lua e sereno... Voltava ao tranco na estrada - topando um friozito bueno... E a cena do amanhecer aos poucos foi ressurgindo... ) - O chapéu ainda no rosto e o mouro quase dormindo! Meu zaino roncava forte, por desconfiado e sestroso. 50 53 42 40 Apeei calmo, em silêncio, e me acheguei por curioso... Pois quem rondou nos bolichos, sabe da (dita), que é santa: - Por mais que a canha derrube o tempo sempre levanta! Sob o chapéu de aba larga - boca aberta, olhos cerrados! O fio de sangue ao pescoço contava de um fio afiado! E a botella de canha... sem nem um gole tomado!... ) - Só o mouro sabe a verdade mas não fala do passado! - "O tempo mostrou-me antes, e eu cruzei sem fazer caso... Parei pensando comigo de olhos vagos e rasos... - Talvez vivo ainda dissese o que ninguém vai saber e o porque de partir antes a um filho que vai nascer!... O tempo, contou-me antes, tal se mostrasse sinais... ...Mas pra salvar um amigo agora é tarde demais!... ...Não foi por medo, de fato, tampouco por ser rogado, mas é que as pilcha eram nova e o mouro... ...o mouro era emprestado!"