Intro Mangueira Samba, teu samba é uma reza Pela força que ele tem Mangueira Vão te inventar mil pecados Mas eu estou do seu lado E do lado do samba também (2 VEZES) Eu sou da Estação Primeira de Nazaré Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher Moleque pelintra no buraco quente Meu nome é Jesus da Gente Nasci de peito aberto, de punho cerrado Meu pai carpinteiro, desempregado Minha mãe é Maria das Dores Brasil Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira Me encontro no amor que não encontra fronteira Procura por mim nas fileiras contra a opressão E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão Eu tô que tô dependurado em cordéis e corcovados Mas será que todo povo entendeu o meu recado? Porque, de novo, cravejaram o meu corpo Os profetas da intolerância Sem saber que a esperança Brilha mais que a escuridão Favela, pega a visão Não tem futuro sem partilha Nem Messias de arma na mão Favela, é tradição Eu faço fé na minha gente Que é semente do seu chão Do céu deu pra ouvir O desabafo sincopado da cidade Quarei tambor, da cruz fiz esplendor E ressurgi no cordão da liberdade Mangueira Vão te inventar mil pecados Mas eu estou do seu lado E do lado do samba também...