Um Punhado De Histórias Velhas

Ulisses Avelino

Intro "Eae Ulisses, como você tá?" Obrigado por perguntar, mas eu sinto mal Omito minha dor interna pra buscar um bem-estar social Sobrevivo no purgatório buscando um emprego qualquer Mas sequer olham na minha cara quando eu respondo "De onde você é?" Itaim Paulista, fundão da leste 4 conduções e 3 baldeações pra ir e voltar da cidade Isso quando não falam "é desse jeito que você se veste?" A velha camisa de banda e jaqueta jeans furada que entrega a idade Não posso nem rezar para que chova, pois senão alaga minha casa Viver na perifa é ver qualquer clima meteorológico um problema Novo Se faz sol demais frito feito bife no fogo em brasa Se faz frio, tem que ir colado para se esquentar no povo Lá fora o Bob Dylan é conhecido pelas suas storytellers Aqui no Brasil é só mais um contando um punhado de histórias Velhas Sempre a sua luta é menor porque tem alguém que sofre mais que você É tipo competição de desgraça, pra porra do Datena colocar na TV E nem preciso falar sobre enquadro, racismo, machismo e homofobia É tanta merda acontecendo que chegar ao fim do dia não é garantia Existem pessoas quem tem mais local de fala do que eu Afinal tem coisas que não sofri Mas fingir que não me sobe o sangue quando vejo injustiça não dá Puta que o pariu, vou te falar que eu não morri! "Ai vem o dilema" Ser pop pra me encaixar no mercado ou fazer rock e passar necessidade? Fazer um disco pra minha turma e ser o herói sem alarde Ou ser apenas uma voz lembrada pela escassez nessa polaridade escrota Ter que se contentar com migalhas, sendo que eu e os meus amigos merecemos a torta toda (Porra!) Ter que tirar da boca toda vez pra fazer acontecer minha arte é Foda! E ter que ser cordial quando reclamam da minha boca suja Sempre é uma merda! E querem que eu seja só mais um que abaixa a cabeça nesse caralho E que sustente um bando de parasitas nesse sistema filha da Puta! Mas não! Minha luta é muito maior do que minhas cordas vocais E meus dedos calejados podem tocar Se ainda tiver algum injustiçado que quer me escutar Eu vou ser a voz de quem não consegue falar Afinal, eu sou como você que me ouve agora Eu sou a lágrima que cai do teu rosto que chora Eu sou o abandono do seu pai quando ele foi embora Eu sou a espinha que no rosto dos jovens aflora E no fim eu só quero ser perdoado por um erro que me fez crescer Eu só quero preencher as lacunas e não perecer Eu só quero ser amado por quem não me conhece e nem vai me conhecer Eu só quero deixar de ser bobo e não precisar de nada disso pra viver ( ) ( ) Eu só quero agradecer por você me ouvir até aqui Ainda me sinto bem mal, mas um pouco mais feliz por te ter aqui

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