Apologia à Vida

( ) Na batida do falante não vejo o tempo passar Só quando amanhecer o dia que eu vou avaliar A situação em que me encontro no momento Se eu a tenho, se não a tenho só lamento Por que então chorar pelo leite derramado Eu me arrumo na estrada no caminho do trabalho Minha vida é dura e eu duro como a vida Levo tranco, mas nem tanto Me derrubam, eu me levanto Levo sorte com a morte porque vivo na noite E tem perigo em cada esquina mas não vou me esconder Porque a vida é muito curta pra ser pequena Então arrumo o meu esquema e deixo a vida rolar Deixa a vida rolar meu irmão Joga tudo pro ar Deixa a vida rolar meu irmão Quem pode agora não deixa pra amanhã ( ) Viva enquanto está vivo se não quer se arrepender No seu leito de morte vendo tudo acontecer Porque agora é hora De abrir a porta e ver o mundo que espera você Do lado de fora de dia e de noite, no inverno ou no verão Deixe atrasar a prestação e vem gastar até o último vintém Com alguém que realmente interessa Você mesmo cidadão você mesmo cidadão Cala te boca companheiro, não se preocupe com o teu herdeiro Ele terá membros pro trabalho E você que ralou a vida inteira pra ganhar um cascalho Deixa de ser trouxa e joga tudo pro ar Deixa a vida rolar Deixa a vida rolar