Quando o tempo se arma na Serra Escondendo o topo do cerro Uma garoa galopeada Só pra encharcar os pelegos Pra quem reponta o gado A boca não é boa meu parceiro Vento batendo de frente Laço apresilhado nos tentos E um refugo se apartando Pros meus descontentamentos Essa é a vida lá fora Essa é a vida que eu levo Encarando tempo feio Mesmo assim nunca me entrego Laçando de toda corda Gineteando ferro e ferro Pode amanhecer chovendo Trago as vacas pro potreiro Numa tiração de leite E o guachedo num berreiro Passando os dias do agosto A castração vem primeiro Pealando só de "cucharra" Bago assando no brasedo Nalgum terneiro mais forte A gineteada é um brinquedo Por mais judiada que seja A vida de peão campeiro Se fazendo o que gosta Nunca bate o desespero Numa lida de mangueira Se chover deixa que chova Embarrado até o joelho Dando risada à toa Agarrado num terneiro "OiGalê" vida bem boa