Todo gaúcho campeiro tem como extensão do corpo Uma faca e um sombreiro tira- teima e chapéu torto Se hay coisa que me falta, para acomodar as minhas crinas É um (serrano) copa alta aba quebrada pra cima O chapéu é a identidade, e nos diz quem é o homem Estampa de liberdade, vale mais que um sobrenome Nesta existência bendita só retiro o meu chapéu Pr’alguma prenda bonita e pro Patrão Velho do céu Se trago o chapéu tapeado, de (beijá) santo em parede Vai ter festa no povoado , onde eu danço e mato a sede Mas quando minh’ aba eu puxo , I’ escondo os olhos vermelhos Não mexam co’ este gaúcho, pois pode cantar meu relho Já tive um chapéu de palha nos meus tempos de biriba Levando tropas e tralhas, campo a fora e serra arriba Na vida dei muito murro e andejei pra todo lado C'um chapéu pança-de-burro e um chiripá de riscado Meu aba-larga fraterno foi meu rancho e proteção Nas chuvas frias de inverno ou mormaços de verão Parceiraço das lonjuras, sabedor dos meus segredos Quando eu partir pras alturas tu vai junto entre os meus dedos